Olá Pessoal Meu nome é ... bom isso não interessa, já que me apresento como Desconhecido! Neste espaço vocês encontrarão lugares e objetos que, por motivos misteriosos, possuem histórias assombrosas. Portais do Além abrem as portas de um mundo arrepiante! Confiram!!!

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

CASTELINHO DA RUA APA - SÃO PAULO



De todos os imóveis históricos abandonados da cidade de São Paulo, talvez nenhum outro desperte tanta atenção e curiosidade das pessoas como o célebre Castelinho da rua Apa, palco em 12 de maio de 1937, de um dos crimes mais marcantes do Brasil.
 Foi nesta data, que após uma discussão séria os irmãos Armando e Álvaro chegaram às vias de fato e trocaram tiros. A mãe, Maria Cândida dos Reis, teria surgido no exato momento em que ambos duelavam, e ao tentar apartar a briga entre seus filhos acabaria também sendo alvejada e morrendo. À época, a rápida apuração das autoridades policiais teria levantado suspeitas sobre se os irmãos teriam realmente um matado o outro ou se o assassinato havia sido encomendado. O posicionamento dos corpos de Armando e Álvaro teria sido um dos principais combustíveis para que muitos achassem que os irmãos teriam sido na verdade assassinados.

Após anos de polêmica, em um caso em que os herdeiros diretos haviam todos falecido na mesma tragédia, uma nova lei federal sobre heranças promulgada pelo então Presidente da República, Getúlio Vargas, iria impedir que parentes de segundo ou terceiro grau herdassem o castelinho. Assim, o castelinho ( e outros imóveis sem herdeiros em situações semelhantes) seriam repassados ao governo federal. Anos mais tarde esta lei seria revogada, mas parentes de Maria Cândida e dos irmãos Armando e Álvaro jamais iriam conseguir retomar o imóvel que ficaria (e ainda permanece) nas mãos do INSS, órgão famoso por não preservar ou recuperar bens históricos em seu poder.
Com este impasse o imóvel sempre foi impedido de ser recuperado. Com o tempo a fama de assombrado começou a acompanhar o local, e os anos de abandono e degradação ajudaram e muito a propagar essa fama que não passa de uma lenda.
Atualmente, embora ainda pertença ao INSS, o Castelinho está sendo administrado pelo Clube das Mães do Brasil que ocupa um imóvel anexo ao lado. A instituição já possui um excelente projeto de restauro do local e o castelinho já está inclusive coberto, mas a obra aguarda patrocinadores e incentivos para seguir adiante. As sólidas estruturas da construção são os principais aliados do imóvel, que está pelo menos 70 anos sem manutenção e resiste bravamente.

Disponível em  http://www.saopauloantiga.com.br/castelinho-da-rua-apa/.

A CASA DA IAPAR - PARANÁ


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Este espaço foi criado para relatos de objetos ou lugares mau assombrados, portais do além que nos unem ao desconhecido. Iniciamos contando uma história do Paraná: uma casa mau assombrada, veja na reportagem da Folha de Irati de setembro de 2011.
A famosa Casa do Iapar, tombada pelo patrimônio histórico, corre o risco de ser extinta
O lugar silencioso e tranquilo já teve vozes, barulho de carros e choro de crianças. O que se observa atualmente na Casa do Iapar é uma solidão, um local que é cuidado, mas derrotado pela ação do homem e do tempo dia após dia. A entrada para o interior da casa está proibida por que o chão pode desabar a qualquer momento.
A CASA
O portão enferrujado fechado por correntes e um cadeado convidam o curioso a um belo passeio. Dali pode-se ouvir o canto dos pássaros e analisar um grande retrato da natureza que a cerca. 
Situada aproximadamente a um quilômetro da BR-277 a casa fica na unidade do IAPAR de Irati. A entrada da Casa é um verdadeiro portal para uma viagem ao tempo. A velha maçaneta da porta remete grande curiosidade. Com um dos vidros quebrados se consegue ver uma escada de madeira que demonstra uma moradia muito rica e feita com muitos detalhes. O hall de entrada convida o visitante (que só pode entrar com autorização do Iapar) a desvendar todos os mistérios que aquele lugar parece carregar. O que há lá dentro? Quem eram as pessoas que moraram ali? Essas são algumas das perguntas que as pessoas se fazem observando a beleza do Casarão.
O jardim ainda conservado pelo zelador, Albino Messias de Chagas, encarregado de cuidar do local, abrilhanta o cenário triste e carregado de história. De acordo com seu Messias, há alguns anos havia a criação de peixes na piscina da frente da casa. “Eles eram criados para serem soltos em tanques mais tarde”, conta. E hoje o que resta na piscina são as folhas que caem das árvores próximas que se movem com o vento.
HISTÓRICO
Tércio Alberti, chefe do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), conta que não há dados que comprovem a idade exata da construção da casa. “Ouvindo alguns moradores e funcionários que passaram por aqui, estima-se que o Casarão tenha pouco mais de 100 anos”, comenta Alberti. O que se sabe é que o proprietário da Casa era Alberico Xavier de Miranda, um fazendeiro que trabalhava no ramo madeireiro, em Curitiba. 
Alguns documentos e a família de Miranda explicam que o fazendeiro herdou de seu pai, Guilherme Xavier de Miranda, 1.200 alqueires de matas virgens que ficavam entre os municípios de Irati e Teixeira Soares, na época. Após muita discussão sobre a que município pertencia o imóvel constatou-se que está no município de Irati.  Em 1912, Alberico construiu no local uma serraria com moderno maquinário. Mais tarde, a Casa ousada foi construída perto àqueles barracões em que não havia nada por perto, além de muita mata. Alguns contam que a morada foi palco de muitas festas, serenatas e bailes de carnaval. 
Porém, o paraíso foi desfeito na década de 1950. “Não sabemos ao certo porque alguns dizem que Alberico vendeu a Casa para o Estado. Outros já contam que ele estava em dívidas e teve que a entregar ao órgão como forma de pagamento”, salienta o chefe do Iapar. Em 1973 o Iapar passou a cuidar do Casarão. Até 1990, o local teve moradores e foi tombada como patrimônio histórico do Paraná. Depois disso, iniciou o processo para a intenção de reformas. 
ESTRUTURA
O Casarão do Iapar tem aproximadamente 500 m² de área construída. A engenheira civil e chefe do escritório da Secretaria do Estado de Obras Públicas do Paraná (Seop), Lucimara Farias, diz que a casa é um exemplar único no Estado. “É de uma arquitetura de madeira grandiosa, de estilo neoclássico georgiano”, fala Lucimara.
Uma curiosidade é que as paredes são duplas e não possuem pregos, ou seja, são encaixadas. Alberti informa que as paredes de fora da casa podem ser madeira de pinho ou imbuia. “E por dentro, a maior parte é de carvalho importado”. O chefe do Iapar relembra que a Casa está em constante processo de estudo porque há muito que se pesquisar. Os estudos sobre a Casa só iniciaram depois que o Iapar assumiu a responsabilidade.
Em um levantamento pela Seop em 2007, verificou-se que a Casa possui quase 40 espaços com vários quartos, salas, sótão e um enorme porão.  A maioria dos ambientes do segundo andar está com vários buracos no chão que demonstram a destruição causada pelo tempo. As janelas da Casa estão trancadas com madeira simples. “Porque o pessoal vem aqui e quer entrar. Acaba estragando tudo”, conta seu Messias, o zelador. Ele conhece a Casa há muito tempo e ainda assim se admira com os mistérios e a estrutura dela. Entusiasmado, ele passa pelos cômodos contando histórias e mostrando alguns dos objetos que fazem parte da arquitetura. “Nessa escada um dos moradores tinha medo de passar por perto a noite porque tem um abjeto em sua ponta”, mostra Messias contando que o objeto possivelmente foi feito de madeira pau-brasil. Alguns dos lustres, mesmo quase desabando do teto, ainda estão lá. Para cada comodo da casa, Chagas tem uma história diferente para contar. 
Em quase todos os cantos de fora da Casa há enxames de abelhas que tomam conta da residência. Em uma das salas tem abelhas mortas que deixam um mau cheiro junto à uma escuridão receosa. “Como eu cuido daqui, estou sempre limpando por dentro da Casa também porque não dá para deixar as abelhas aqui. São tantas… mas eu dou um jeito”, explana o zelador.
Em um memorial descritivo projetado para os orçamentos e identificação da estrutura da casa feito em fevereiro de 2007, identificou-se que as coberturas têm estrutura de madeira e telhado de telhas de barro tipo francesa. O corpo principal tem cobertura de duas águas com cumeeira paralela à fachada principal.
Os alicerces são de alvenaria de pedra irregulares. Com exceção do porão, todas as paredes da edificação têm estrutura autônoma de madeira com vedação interna e externa de materiais diversos. O fechamento externo das paredes externas é feito com tábuas de imbuia com encaixe macho-e-fêmea. Internamente, são utilizados os seguintes materiais e técnicas: estuque; painéis de madeira; estuque e painéis de madeira; estuque e azulejos; e tábuas fresadas com encaixe macho-e-fêmea.
Os forros de estuque só acontecem em dois espaços e contam com uma pintura decorativa. As janelas são em madeira e vidro, com vidraça interna e veneziana externamente. As portas internas e externas do pavimento térreo, no corpo principal são de imbuias envernizadas no interior e pintadas na face externa. As demais portas são de madeira de pinheiro pintadas.
PEDIDOS DE AJUDA
Com a documentação em mãos, Alberti mostra alguns dos ofícios expedidos para o governo do Estado para a restauração do Casarão. Em um documento de agosto de 2006, houve o pedido de reconstrução do imóvel para a Seop, junto à Secretaria de Estado de Cultura, por ser órgão interessado também. 
No ano de 2008 houve uma visita de alguns enviados do governo para analisar a obra. Na época, Júlio César de Souza Araújo Filho, secretário de Obras Públicas, definiu que fosse revisto o orçamento realizado pela equipe do Projeto de Restauração, elaborado pela Empresa Arquibrasil Arquitetura e Restauração Limitada, com o intuito de efetuar a restauração.
Muitos orçamentos foram feitos por diferentes equipes e engenheiros. Um orçamento da ArquiBrasil de julho de 2007 previu o valor total de mais de R$ 500 mil. Outro cálculo chegou a quase R$ 1 milhão. A casa precisa de restauração para não ruir.
LENDAS
Muitas pessoas contam lendas de que no Casarão há assombrações. Alguns dizem que já viram. Em um blog na internet há um tópico com o título O mistério da Casa do Iapar, em que conta que o local é famoso, porém assombrado. A história descreve dois jovens que foram visitar o locam e ouviram gritos. O blog diz também que não se sabe o que aconteceu com os moradores antigos que sumiram sem pistas. O curioso é que os visitantes tiraram fotos, e nelas aparecem pessoas com roupas antigas. Há uma senhora na janela em um dos cômodos da casa e uma criança andando por uma das escadas de fora. Segundo o blog, as fotos rodaram o mundo todo e foram vistas por profissionais do ramo que comprovam que não há fraude nos documentos.
Outro causo fala de três garotos no ano de 1987 que brincavam perto da Casa. Eles ouviram gritos e chamaram a polícia, que quando chegou também ouviu os tais gritos no segundo andar, entrou e nada encontrou. “Eu já vim a noite fechar a Casa sozinho e nunca vi assombrações”, diz o zelador, Messias. Alberti também relata que no tempo em que morou próximo a casa nunca viu movimentações estranhas.
DESTRUIÇÃO
Frequentemente a Casa recebe visitas, principalmente no período da noite, de pessoas que não são autorizadas. A maioria usa o Casarão para destruir, levar coisas que lá restam. Alguns aproveitam também para consumir alta quantidade de bebidas alcoólicas. “Eles (vândalos) não pensam nas consequências e acabam destruindo tudo”, lamenta o zelador.
LEMBRANÇA 
MEMORÁVEL
E quando se sai daquele portão, o visitante não resiste e volta seus olhos novamente para a Casa encantado com o que viu, com vontade de voltar, descontente e perturbado por não saber o que se passou por aquele local.
O que resta a quem passa por lá é a incerteza de que talvez algum dia alguém olhe para aquela Casa e sinta que ela parece ter vida própria e necessita de ajudas antes que seja apagada, esquecida. Aquele local, tão rico e imponente, não pode ser deixado de lado, pois faz parte da história da região que cresceu ouvindo falar nesse grande monumento cultural.
CURIOSIDADE
-Há uma discussão entre Irati e Fernandes Pinheiro sobre qual território está localizada a Casa. Porém, geograficamente, o local está dentro do município iratiense, mas pertence à Comarca de Teixeira Soares.
Fernanda Santos
Fotos: Arnaldo Maciel